21 de dezembro de 2009

E um pouco mais de rotina

A alegria é a rotina do verão
A ousadia é a rotina da invenção
A brisa é a rotina da carícia
A rotina da água é a delícia
O encontro é a rotina da esquina
A rotina dos olhos é a menina
A sensação é a rotina do calor
A rotina do corpo… é o frescor
A rima é a rotina da poesia
A rotina da folga é o meio-dia
A liberdade é a rotina de ser
A rotina dos sentidos…é o prazer

16 de dezembro de 2009

Caráter e Reputação

As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação. A verdade em que você acredita determina seu caráter.

A reputação é o que acham que você é, o caráter é o que você realmente é.

A reputação é o que você tem quando chega a uma cidade nova e o caráter é o que você tem quando vai embora.

A reputação é feita em um momento, o caráter é construído em uma vida inteira

A reputação torna você rico ou pobre, o caráter torna você feliz ou infeliz.

A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura, o caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.

Portanto, preocupe-se mais com o seu caráter do que com a sua reputação. Caráter é aquilo que você é. Reputação, aquilo que pensam de você. E o que os outros pensam é problema deles

Eu li esse texto em algum site que intitulava como sendo do Arnaldo Jabor. Como eu não acredito nas divulgações virtuais, eu vou postar como anônimo, apesar de ter certeza que o anônimo não existe. Inclusive, o final dele, foi adaptado de uma frase, possivelmente do Bob Marley – não tenho registro da autoria. Mas, no geral, ficou um conteúdo interessante.

1 de dezembro de 2009

Bandeira

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for

Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau

Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo

Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal

Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver

28 de novembro de 2009

O Amor e a Loucura

Contam que há muitíssimos anos se reuniram alguns sentimentos e algumas qualidades do Homem. Quando o Aborrecimento bocejava por terceira vez, a Loucura propôs: - Vamos jogar às escondidas.

A Intriga levantou-se incomodada, e a Curiosidade, sem poder conter-se, perguntou: - Às escondidas? Como se joga? - É um jogo onde eu tapo a cara e começo a contar, desde o um até ao mil, enquanto vocês se escondem. Quando acabar de contar irei à vossa procura até que vos encontre – explicou a Loucura.

O Entusiasmo dançou de contentamento e a Alegria deu tantos saltos que acabou por convencer a Dúvida, e inclusivamente a Indiferença, a que nada nunca lhe interessava. Mas nem todos quiseram participar. A Verdade preferiu não se esconder: - Para quê? – disse – Se no final sempre me encontram.

A Soberba pensou que era um jogo muito idiota. No fundo o que a incomodava era que a ideia de jogar não tinha sido dela. E a Covardia preferiu não se arriscar.

A Loucura rapidamente começou a contar. A primeira a esconder-se foi a Preguiça, que, como sempre, se deixou cair na primeira pedra que encontrou. A Inveja foi atrás do Triunfo, que através do seu próprio esforço tinha conseguido subir ao cimo da árvore mais alta.

A Generosidade quase não conseguia esconder-se. Cada sítio que encontrava parecia ser maravilhoso para algum dos seus amigos. O lago cristalino para a Beleza. A ranhura de uma árvore era perfeita para a Timidez. Uma rajada de vento pareceu-lhe magnífica para a Liberdade. Finalmente, depois de pensar primeiro em todos os outros, a Generosidade acabou por se esconder num pequeno raio de sol.

O Egoísmo, pelo contrário, encontrou um sítio muito bom desde o início. Era arejado, cômodo, mas somente para ele. A Mentira escondeu-se por detrás do arco-íris, e a Paixão e o Desejo entre os vulcões.

Quando a Loucura já quase acabava de contar, o Amor ainda não tinha encontrado um sítio para se esconder, pois todos os sítios estavam ocupados. Até que acabou por ver um roseiral e decidiu esconder-se entre as suas flores.

- Mil! – gritou a Loucura. E começou a procurar um por um. A primeira a aparecer foi a Preguiça, que estava somente a três passos. À Paixão e ao Desejo encontrou-os no vibrar dos vulcões. Num descuido encontrou a Inveja e, claro, também o Triunfo. Pelo Egoísmo nem teve de procurar, pois ele saiu sozinho do seu esconderijo que resultara ser um ninho de vespas.


A Loucura, de tanto caminhar, sentiu sede, e ao aproximar-se do lago descobriu a Beleza. Encontrar a Dúvida foi muito mais fácil. Encontrou-a sentada ainda por decidir onde se iria esconder. E assim os foi encontrando a todos. O Talento estava entre a erva fresca. A Angústia numa cova escura. A Mentira atrás do arco-íris. E até encontrou o Esquecimento, que se tinha esquecido que estava a jogar às escondidas.

Mas somente o Amor não aparecia por lago algum. A loucura procurou por detrás de cada árvore, debaixo de cada nascente da terra, no cimo das montanhas. E quando já se preparava para se dar por vencida, viu o roseiral. Apanhou um pequeno pau e começou a mexer as ramas. De repente, ouviu um grito de dor. Os espetos tinham ferido os olhos do Amor. A Loucura não sabia o que fazer para se desculpar. Chorou, suplicou, implorou, pediu por perdão, até que prometeu acompanhá-lo sempre.

Desde então o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.


Crédito da imagem: Stina, http://echo2me.deviantart.com/

1 de outubro de 2009

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

17 de setembro de 2009

Temperamento Impulsivo

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.

Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.
CL

16 de setembro de 2009

Cigarro

Ele: O que você está fazendo?

Ela: Fumando um cigarro, pq?

Ele: Que feio.. Porque não para de fumar? Faz mal, sabia? E o gosto é horrível.

Ela: Pois é..

Ele: Mas sabia que isso dá câncer?

Ela: Esse não. Eu só compro aquele que causa impotência.

Ele: ...

Ela: Quê?

Ele: Não vou te beijar fedida de cigarro

Ela: É por isso que eu prefiro o cigarro. Ele nunca reclama..

Ele: ...

Entre o lilás, verde e o laranja

Dentro de uma cidade de pedra existia um reino encantado que ficava no meio mundo lilás, verde e laranja e à direita de uma linda cachoeira. Não era todo mundo que podia chegar lá e muitos dos que chegavam não conseguiam entender a alegria que ali florescia.

Nesse lugar, vivia um linda fada amarela que estava sempre cercada por seus amigos doendes, gnomos, elfos e outras fadinhas. Nas primeiras horas do nascer do sol, os seres encantados começavam a euforia.

Mas o grupo das Bruxas da Noite não suportava tanta animação. E, um dia, uma maldição dominou a Terra do Nunca e levou embora muitos dos seres que rodavam o tal reino.

Dizem que ainda existem alguns ali, mas com a maldição, eles não conseguem falar com mais ninguém. Pouco se ouve falar sobre aqueles que escaparam. Comenta-se até que não existiu tal história.

Mas eu sei que os seres encantados existem e estão pela cidade de pedra. E também sei que o amor que os unia nunca terminou. Vira e mexe a gente ouve um “tititi” por ai. E quando isso acontece, o sentimento de saudade surge e, se prestar bastante atenção, poderá ouvir duas fadinhas fofocando bem baixinho sobre como era bom estarem juntas.

(texto de presente para Elaine, redatora da agência X, que tinha todas as paredes lilás, verde e laranja)

15 de setembro de 2009

Cliente e suas esquisitices

Ta, nem posso considerar o personagem dessa história um cliente, afinal, ele é quase o dono da agência. Ou melhor, ele é o pai do dono e precisa ser respeitado.

O pai do dono da agência tem um amigo muito picareta. Tão picareta que eu sinto raiva só em pronunciar o nome dele. O amigo do pai do dono da agência não é só picareta, ele é a síndrome do mau gosto e hipocrisia. Esse amigo tem uma empresa chamada Planet Digital. Sei que não é ético da minha parte divulgar o nome, mas como ética não é o forte do amigo, eu quero que se dane.

Essa Planet Digital se auto-intitula uma fábrica de Internet, o que, particularmente, não faço a menor ideia do que significa. Por isso, curiosa como sou, fui investigar e decidi mostrar o portifólio deles aqui:http://www.planetdigital.com.br/portifolio.htm

O pai do dono da agência resolveu, por livre e espontânea vontade, aprovar com o amigo dele um projeto de design para o meu produto. Perdi o chão. Fiz birra, reclamei, briguei, ameacei de morte, mas nada adiantou. O Sr. Layout Casas Bahia ganhou.

E segundo o pai do dono da agência, nós também ganhamos, pois teremos dois novos membros na criação para serem instruídos sobre como fazer um material de qualidade. Uhu! Que extraordinário. Agora, vem cá. Desde quando bom gosto se ensina?

Acho que o pai do dono da agência tá fumando drogas.

Do jeito que as coisas andam, preciso praticar mais o desapego, torcendo para que o apelido criado para o amigo do pai do dono da agência pegue: Tosquinho... (#piadainterna)

14 de setembro de 2009

Eu e ela

Eu sou noite. Ela é dia
Sou preguiça e ela ação

Sou indecisa. Ela é pura certeza
Ela tem jogo de cintura, sabe se portar

Ela é a dona da razão e eu sou a pura emoção
E por isso a vida trouxe ela pra perto de mim

Ela era o meu bom dia
Ela era o motivo da minha primeira gargalhada

Ela era o meu oposto
E por isso o meu equilíbrio

Ela era a bobagem que eu falava
E a conselheira das minhas esquisitices

Eu era um pouco ela
E ela era um pouco eu

Até que chegou o dia
Que descompletaram o meu oposto
E hoje eu sou só metade

13 de setembro de 2009

O direto ao Foda-se

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' O substituem. O ”Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".

O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.

Pedro Ivo Resende

12 de setembro de 2009

Agência Grande, Agência Pequena... Agência

- Precisamos fazer um site.

- Por quê?

- O cliente X está muito frio, precisamos aquecer a relação, levar novidades.

- Ok, mas eles estão precisando de um site?

- É a coisa mais óbvia, é o básico.

- Já entrou no site atual? Como é?

- Ainda não, mas dê uma olhadinha quando puder.

- O que eles querem? Estão insatisfeitos?

- Não, mas vamos montar uns layouts e mandar para eles notarem nossa pró-atividade. Aí, se eles aprovarem, a gente faz o resto.

- Certo, montar uns layouts...

- Para amanhã você consegue?

- Estamos com duas embalagens para fazer e ainda mais o layout daquele folder.

- Faz o folder e o site amanhã. Pode ser?

- Não posso garantir.

- Dessa semana não pode passar. Logo vem o feriado e estamos perdidos. Valeu!

- E quem vai programar? Tem banco de dados, algum sistema que vai conversar com o novo site?

- Tem que perguntar pro pessoal de informática deles.

- Ah, tá.

- Tenta fazer que nem aquele outro site, deu supercerto. Se puder, coloca aquelas animações, dá movimento!

- Flash?

- É. Aliás, isso não pode faltar nas telas.

- Para amanhã?

- Vai ficar muito bom. Para amanhã, hein! Valeu! Agora tenho que pegar meu carro na revisão. Mal comprei e o câmbio automático está com problemas.

- Fogo...

- Bom, abraço!

- Tchau!

...- Meu, ferrou! Temos que fazer um site em flash para amanhã. - Não! Impossível. E o layout das embalagens?
- ah! Sei lá.... o cara mandou fazer urgente... falta de tempo não é argumento, segundo ele.
- Não é isso. Mas, não tem como eu fazer tudo ao mesmo tempo, merda. Nem se eu ficar até às 6h da manhã direto. Só tem eu de diretor de arte aqui, percebeu?
- Vamos apelar para o planejamento! Quem sabe não rola uma solução.
...
- Queridos, nesse momento difícil, eu preciso muito da colaboração de vocês. Preciso que dêem o melhor de si. Criação, sei que parece impossível, mas tenho certeza absoluta que você conseguirá tirar de letra. Vamos fazer o seguinte. Vocês ficam aqui até a hora que precisar, podem até pedir uma pizza em nome da agência que eu pago. Depois, vocês tiram um dia de folga, tá? A gente organiza aqui e vocês descansam. Agora, eu realmente não posso mais conversar. Estamos participando de uma concorrência muito difícil, que toma todo o meu tempo. Torçam para que a gente ganhe, tenho certeza que tudo vai mudar pra melhor depois.
...
- Sem querer ser a ovelha negra, mas espero muito que a gente perca a concorrência.
- Se prepara, meu velho. Se ganharmos essa conta o trampo vai dobrar.
- É. Aí eles terão que fazer a tal reestruturação que sempre prometeram.
- desencana. Não vai rolar. Abaixa a cabeça e trabalha. Vamos terminar isso logo...
Por Rodolfo Araújo e Fá Goellner (2007)

Casos de Agência I

Casos de agência

Em uma quinta-feira, 21h da noite, o Planejamento/Atendimento (porque em agência caseira é tudo a mesma coisa) está se preparando para ir embora quando o celular toca...

Gerente: Alo? Planejamento?Tá sabendo do evento que vai acontecer sábado?

Planejamento: to não, o que vai rolar?

Gerência: Uma festa que está marcada há 3 meses. Só que vamos cancelar o outro evento. Entao precisa ligar para o veículo e cancelar o anúncio que mandamos ontem.

Planejamento: ué, mas são 21h10 agora e o Guia sai nessa madrugada. Como é que vamos cancelar o anúncio?

Gerência: Ah, não sei. Dá uma ligada pro Bam Bam e pergunta até que horas podemos mandar um novo anúncio. Tem alguém da criação ai?

Planejamento: Não tem ninguém mais aqui, e não temos nenhum outro anúncio de ½ página para substituir, Gerência.

Gerência: tenta ligar lá e me retorna.

(20 minutos depois....)

Planejamento: Alô? Gerência? Temos que mandar um anúncio até as 22h, mas são 21h20 e não tem ninguém aqui pra fazer.

Gerencia: Pega qualquer anúncio que temos ai... pode ser aquele do prêmio que ganhamos no mês passado

Planejamento: Gerencia, o prêmio que ganhamos foi do concorrente desse que estamos anunciando agora. Não tem sentido eu mandar um agradecimento aos leitores do jornal x se o prêmio foi do Y.

Gerencia: Não sei o que vc vai fazer, mas tem que resolver. Não posso pagar esse espaço publicitário se não teremos anúncio. Coloca calhau, qualquer coisa. Não posso mais falar agora.

Planejamento liga para jornal, jornal diz que já está tudo pronto e não tem como cancelar. Gerente da conta com o celular desligado. Planejamento chora. Criação tentando voltar para a agência. E o tempo passa, a tensão aumenta e o cliente máster não está disponível.

Planejamento desiste. Criação pega caminho de volta para casa e o anúncio não pode ser cancelado.

Gerência retorna pra agência às 11h30. Planejamento, com cuidado, comenta:


“Então, não deu. O anúncio vai sair. Amanhã a gente resolve com os clientes e tenta gerenciar a crise”

Gerência com a cara emburrada: “Que absurdo. Foi falta de vontade do bam bam, como não dava pra trocar???”Impressionante!

Planejamento (#ironic mode in): Pois é, não se fazem mais veículos como antigamente.

10 de setembro de 2009

Twilight

"It's not only your company I crave! Never forget that. Never forget I am more dangerous to you than I am to anyone else." He stopped, and I looked to see him gazing unseeingly into the forest.

I thought for a moment.

"I don't think I understand exactly what you mean — by that last part anyway," I said.

He looked back at me and smiled, his mood shifting yet again.

"How do I explain?" he mused. "And without frightening you again… hmmmm." Without seeming to think about it, he placed his hand back in mine; I held it tightly in both of mine. He looked at our hands.

"That's amazingly pleasant, the warmth." He sighed.

A moment passed as he assembled his thoughts.

"You know how everyone enjoys different flavors?" he began. "Some people love chocolate ice cream, others prefer strawberry?"

I nodded.

"Sorry about the food analogy — I couldn't think of another way to explain."

I smiled. He smiled ruefully back.

"You see, every person smells different, has a different essence. If you locked an alcoholic in a room full of stale beer, he'd gladly drink it. But he could resist, if he wished to, if he were a recovering alcoholic. Now let's say you placed in that room a glass of hundred-year-old brandy, the rarest, finest cognac — and filled the room with its warm aroma — how do you think he would fare then?"

We sat silently, looking into each other's eyes — trying to read each other's thoughts.

He broke the silence first.

"Maybe that's not the right comparison. Maybe it would be too easy to turn down the brandy. Perhaps I should have made our alcoholic a heroin addict instead."

"So what you're saying is, I'm your brand of heroin?" I teased, trying to lighten the mood.

He smiled swiftly, seeming to appreciate my effort. "Yes, you are exactly my brand of heroin."