6 de agosto de 2008

Homens e mulheres indecisos

É até estranho iniciar o título desse blog usando as palavras “homem e mulher” para abordar o assunto indecisão. Porque, muitas vezes, os envolvidos não passam de adultos com comportamento adolescente. Tudo bem, não que isso seja uma coisa ruim, mas venhamos. É gostoso se apaixonar como um adolescente, permitir se envolver completamente como os mais jovens gostam de fazer. Sabe aquela coisa de ter certeza, mesmo que apenas por um período, que essa será a única pessoa que você conseguirá amar para todo o sempre? Até ai tudo bem ter comportamento mais infantil. É permitido chamar de neném e ganhar ursos de pelúcias no dia dos namorados. Mas tem a hora de falar sério.

E é ai que alguns viram moleques e esquecem de usar o cérebro. Na boa, como é que pode ser tão confuso e tão pouco lógico?

Eu sou uma pessoa prática e sei o que eu quero. Se eu saí com alguém foi porque eu quis. Se mês que vem eu não quiser, é porque eu tenho inúmeros motivos práticos para não querer e ponto final. Posso até ter dificuldades para escolher o restaurante ou a roupa que vestirei, mas querer ou não a companhia de alguém é algo que todos deveriam ter certeza, mesmo que mudem de idéia a longo prazo.

Não é difícil. É tão simples que o difícil é explicar. Então apelarei para os exemplos. Conversei com uma pessoa hoje que me disse assim sobre uma outra pessoa: “qualquer um está sujeito a querer parar ou mudar de idéia mais cedo ou mais tarde”. Claro que sim! Normal. O problema é quando se muda de idéia o tempo todo. Hoje eu quero você aqui, amanhã não quero mais. “Foi bom, mas talvez não possa, ou pode ser de novo, até eu mudar de idéia, mas não sei. Hoje eu te quero, mas amanhã talvez eu não queira. Por isso preste atenção aos sinais. Se eu te falar: Oi, tudo bem? é porque eu quero. Se eu disser apenas oi você precisa adivinhar que não quero”. Ah! Vai se catar!

Acabamos ficando a mercê do bom ou mau humor de certos indivíduos(as) e passamos a acreditar que o problema é conosco. Só que não é. O problema está naquele que acha supernormal mudar o tempo todo de opinião com relação as pessoas que estão presentes em sua vida. “Estamos sujeitos a isso”. Não estamos. Quer dizer, eu não estou. E você? Está?

Porque aqui a lógica é simples e se resume a um único ponto: Não é normal você mudar de idéia o tempo todo e viver insatisfeito. E pior do que não querer é não saber se quer.

Não é correto achar que as pessoas estão à sua disposição no momento em que se decidir. Não podemos ser tão egocêntricos a ponto de surgir na vida de um outro ser humano apenas no momento que nós sentimos a necessidade. E isso também se abrange para o ambiente de trabalho e todas as relações humanas que vivemos diariamente.

Veja bem. Eu não estou dizendo que as pessoas devem ficar próximas uma das outras quando elas não querem. Se não quer, não quer! O que eu não consigo compreender é a mudança brusca de opinião o tempo inteiro. Hoje eu quero, amanha não quero. Hoje eu to em outra, mas depois de amanhã eu já não estarei e ai eu vou ter querer de novo. Ou não.

Conversando com algumas pessoas que são extremamente indecisas percebo que não é só no relacionamento a dois. Elas também vivem insatisfeitas. E essa insatisfação acontece por falta de “Inteligência Emocional”. E explico porquê. A inteligência emocional expressa um estágio da evolução de nossos pensamentos: a capacidade de sentir, entender, controlar e modificar o estado emocional próprio ou de outra pessoa de maneira organizada.

Pense em uma pessoa bem sucedida. Ela tem um bom emprego, uma boa família, tem amigos e vive uma vida invejável perante os olhos dos outros. Mas ela está sempre insatisfeita. E sabe por quê? Porque não consegue criar um significado para nada, pois não se permite criar vínculos afetivos.

E ela não saber o que quer dos relacionamentos que constroem diariamente é só um reflexo dessa falta de inteligência emocional. E deve ser difícil mesmo viver insatisfeito. Mas para quem está do lado é pior ainda, porque se torna um vírus de insatisfação e indecisões que passa de um para o outro como se fosse uma gripe. Eu, hein! Quando nós percebemos também estamos todos confusos, insatisfeitos e sem rumo.

No fim das contas, tudo está ligado. Qualquer tipo de comportamento, insatisfação, felicidade, tristeza, desejo ou dúvida que temos está conectado a dois pontos de nós mesmos: razão e emoção que, por sua vez, estão ligados a uma única coisa: eu!

Acaba sendo um círculo de mim mesmo e de como eu quero lidar com as pessoas e acontecimentos ao meu redor. E aí é que vem a pergunta. Será que você está disposto a mudar ou aceitar?

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